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Em luta contra câncer, baiana revela mudança de estilo de vida: 'Só fui me cuidar depois'

A corretora autônoma Yvi de Oliveira Gonçalves luta há sete anos contra os efeitos do câncer de mama. Do diagnóstico até o tratamento da doença, ela teve que encontrar forças para combater o problema e precisou dar uma guinada no estilo de vida, passando a cuidar mais de si mesma. Há seis meses, ela comemora que conseguiu controlar a metástase óssea. Yvi divide a história dela com o G1 neste domingo (8), Dia Mundial de Combate ao Câncer.

Além do tratamento tradicional, com quimioterapia e radioterapia, Yvi passou a valorizar a prática de hábitos saudáveis, para fortalecer a imunidade do corpo e promover o bem-estar emocional. Ela resolveu mudar a alimentação com acompanhamento nutricional, fazer musculação, aulas de forró e yoga.

“Quando eu descobri o câncer, eu tinha muito stress. Era a vida agitada e corrida de todo dia, de mãe divorciada que cuida dos filhos. Era uma vida estressante. Não tinha tempo para comer bem e fazer atividade física. Eu não me cuidava. Eu só fui me cuidar depois que tive o câncer. Como eu queria viver, porque meus filhos precisavam de mim, eu fui enfrentar a doença de frente”, conta.

Foi em 2011 que ela descobriu o nódulo e teve que fazer a cirurgia de retirada da mama direita. “Fiz quimioterapia, fiz radioterapia, fiquei careca. Fiz a retirada da mama direita e reconstrução. Só que eu voltei para os meus velhos hábitos, de má alimentação, não fazer atividade física e com trabalho excessivo”, conta.

Um ano depois da mastectomia, ela relata que tomou um grande susto quando descobriu que houve a chamada metástase óssea. Foi quando ela teve que buscar forças para lutar contra a doença, com a grande vontade de continuar a viver. Yvi diz que contou com apoio da família, de amigos e de uma equipe médica na batalha contra a doença.

“Na primeira vez, você enfrenta com toda força, achando que vai estar curada. Com a metástase, você começa a ficar frustrada. A gente sabe que o câncer é um conjunto de fatores e acabou que houve metástase. Eu tive que enfrentar. Na hora parece que o chão abre, mas depois pensei que tenho dois filhos e quero viver”, avalia.

A luta contra a doença continuou e, desde o ano passado, ela diz que percebeu que, para apoiar o tratamento médico convencional, precisava também transformar o estilo de vida. “De um ano para cá, eu percebi o quanto era importante alimentação, equilíbrio emocional. Aí as coisas começaram a se equilibrar. Eu estando com meu organismo forte, saudável e equilibrada emocionalmente, as coisas só iriam contribuir para o tratamento”, diz.

Mesmo com o controle da metástase óssea, ela ainda continua fazendo quimioterapia oral e precisa de tratamento complementar para amenizar os efeitos. “Hoje eu faço tratamentos alternativos, paralelos ao meu tratamento, que é para fortalecer meu corpo para que eu tenha menos efeitos colaterais. Sinto fadiga, enjoo, tontura. Mas por conta do meu equilíbrio emocional, com ioga, nutricionista, eu não tenho efeitos colaterais como quem não faz”, relata.

Yvi destaca que a mudança de hábitos para o estilo de vida saudável é apenas um complemento ao tratamento convencional, que não pode ser descontinuado.

“Quanto mais cedo for diagnosticado é melhor. Quando não há a cura, a metástase, a gente acha que é o fim da vida, mas não é. A partir daí, encontra uma força tão grande, que você acha meios para vencer a doença, que é a boa alimentação, a atividade física. Não pode parar quimioterapia. Não é só fazer o trabalho alternativo, tem que fazer os dois juntos”, avalia.


Tratamento

A adoção dos procedimentos terapêuticos como complemento do tratamento convencional são parte da chamada medicina integrativa. "A ideia da medicina integrativa é de terapias complementares que integram ao trabalho tradicional, para minimizar os efeitos do tratamento. Temos evidência de benefícios de fazer acupuntura de dores articulares, atividade física para diminuir fadiga induzida pela quimioterapia, e também os sintomas de menopausa para quem faz hormonoterapia", explica a oncologista Renata Cangussu.

Também pode ser indicada avaliação nutricional, prática de ioga, meditação, pilates e outras terapias que devem funcionar de maneira complementar ao tratamento convencional. "Existem alguns estudos que indicam que atividade física feita de maneira regular pode aumentar chance de cura do paciente. Algumas podem melhorar a qualidade de vida e outras aumentar chance de cura", diz.

Além disso, a medicina integrativa também pode avaliar o índice de vitaminas, a qualidade de sono e o controle de stress do paciente. "É para qualquer tipo de câncer que esteja em tratamento. A ideia é que a gente consiga ajustar ao hábito de vida do paciente", afirma.

A oncologista também pontua a prática de atividade física e melhores hábitos alimentares como parte da chamada "prevenção primária", para evitar a chegada da doença. "Por mais que a gente fale, a população pode mudar ainda mais seus hábitos. A gente vê pessoas que comem mais e se movimentam pouco", avalia.

Ela também pontua a "prevenção secundária", que pode garantir um diagnóstico precoce da doença, como a realização de mamografias para mulheres que já atingiram os 40 anos, para identificação do câncer de mama.


Por Juliana Almirante, G1 BA


Fonte: g1.globo.com/ba/bahia/noticia

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